“A lição sabemos de cor, Só nos resta aprender”
(Sol de Primavera, Flávio Venturini)
Depois de ler, ouvir, assistir, filtrar e analisar muita informação
nestes últimos dias cheguei a conclusão que ninguém e nenhuma empresa na face
da Terra previu que um dia isto pudesse acontecer, exceto nos livros e filmes
de ficção científica.
Trato como exceção à minha afirmação acima, Bill Gates, que em uma de
suas palestras em março de 2015, cinco anos atrás, comentou sobre os riscos de
sermos atingidos por um inimigo comum que poderia dizimar milhões de pessoas em
toda parte do mundo e que este inimigo seria um micro-organismo, acrescentando
que deveríamos nos preocupar com o inimigo e nos prepararmos para enfrenta-lo.
(1)
Alguém o levou a sério?
Provavelmente a palestra dele está sendo descoberta agora que estamos
efetivamente enfrentando o nosso mais terrível inimigo, invisível, veloz e
mortal, mas, Graças a Deus, não invencível. Haveremos de derrota-lo, não tenho
dúvidas, mas, ...
... mas, fiquemos no campo do planejamento estratégico. Todos nós
sabemos que para um planejamento estratégico empresarial ser considerado bem
feito devemos utilizar uma ferramenta denominada SWOT (2) para diagnosticar os
dois ambientes de uma empresa, o interno no qual repousam os pontos fortes e
fracos e o externo no qual encontramos as oportunidades e ameaças à empresa.
Na continuidade, após os diagnósticos, devemos analisar os impactos
positivos (pontos fortes e oportunidades) e os negativos (pontos fracos e
ameaças) e preparar a empresa para aproveita-los criando estratégias ofensivas
ou para se proteger, blindando-se com estratégias defensivas.
Bem, mas o foco deste artigo não é metodologia de Planejamento
Estratégico, mas, sim discorrer um pouco, não me considero capaz de esgotar o
assunto, sobre por que não trabalhamos com esta variável do ambiente externo em
nossos planejamentos estratégicos.
Costumeiramente, num exercício SWOT focado no ambiente externo, exploramos
os possíveis impactos, positivos ou negativos na empresa, resultantes das ações
de muitas variáveis, tais como: governos,
sindicatos, órgãos de classe, fornecedores, concorrência, mercado, regulamentos,
comunidades, mão de obra, organizações sociais, clientes (reais e potenciais).
Com certeza nenhuma empresa, em são consciência, pensaria em incluir
nesta lista de variáveis, mais uma: inimigo.
Nem mesmo na literatura especializada encontramos alguma referência ao
“vírus mortal”, um inimigo feroz com um poder de ação devastador, com
recomendações que esta variável devesse fazer parte do diagnóstico SWOT do
ambiente externo no momento do planejamento estratégico.
Mas, vamos e venhamos, também não previmos em nossos planejamentos
estratégicos que haveria, em 1990, confisco do nosso dinheiro no Governo
Collor, anunciado no mesmo dia de sua posse; nem previmos o ato terrorista de
2001, nos Estados Unidos, que derrubou as famosas “Torres Gêmeas” e causou um
rebuliço no mercado; tampouco previmos a quebradeira geral dos bancos nos
Estados Unidos, em 2008, por causa dos “créditos hipotecários podres” com
desdobramentos em vários países, inclusive no Brasil, e sobrevivemos.
Os eventos passados citados acima de forma pontual e como exemplos da
existência de variáveis desconhecidas e incontroláveis, obrigaram as empresas a
reverem seus planejamentos estratégicos por conta de seus impactos, direta ou
indiretamente, e aquelas que saíram na frente, fizeram a lição de casa com mais
rapidez e se adequaram rapidamente a uma nova realidade do mercado com certeza
conquistaram vantagens competitivas em relação a seus concorrentes.
Pertence a Alvin Toffler a frase: “No futuro as empresas deverão
ser dinâmicas e flexíveis para poderem acompanhar as turbulências do mercado”.
No passado, ainda na memória de muitos, tivemos lições sobre a
existência de variáveis desconhecidas e imprevisíveis e seus efeitos
devastadores, diretos e colaterais, nas pessoas, no mercado e nas empresas e
não aprendemos.
Será que aprenderemos agora?
Se você está pensando em contratar uma Consultoria
para ajuda-lo a rever e realinhar seu Planejamento Estratégico à nova ordem do
mercado ou elaborar um, converse conosco.
(2) SWOT = sigla formada pelas primeiras
letras de: strengths, weaknesses, opportunities e threats.
(3) Alvin Toffler, autor de livros, tais como:
O choque do futuro (1970), A Terceira Onda (1980), Empresas Flexíveis (1985)
etc.
Nenhum comentário:
Postar um comentário