Sérgio
Lopes (*)
Se
a resposta for “Sim, quero ser estratégico”, permita-me oferecer-lhe algumas
contribuições para ajuda-lo a evoluir do modelo operacional para o modelo
estratégico, um processo que poderá ser rápido e indolor ou demorado e
doloroso, dependendo de como o processo será conduzido ao longo da travessia.
Poderá
também não ocorrer, o que significará continuar “ad aeternum” no seu modelo atual.
Mas, não se preocupe nem se culpe muito, você não estará sozinho e nem será o
único culpado.
Inicialmente,
vamos entender que a transição de um modelo para outro significa mudanças e
mudanças mexem com nossa zona de conforto. Você está preparado para sair de sua
zona de conforto? Assumir novas responsabilidades,
correr novos riscos e ocupar espaços ainda não existentes, que você mesmo irá
criar e lutar para mantê-los sob seu domínio?
Observe que ser
“Estratégico” é olhar para o futuro, enxergar ameaças e oportunidades que ainda
não existem, é se preparar hoje para enfrentar e vencer os desafios de amanhã.
Não foi a toa que Peter Drucker disse que “A ideia de que planejar
significa adivinhar o futuro é simplesmente absurda. Tudo o que se pode ter é preparo
para enfrentar o que vier”.
Ser um “RH Estratégico” é conhecer e estar
alinhado com a Visão, Missão e Valores da Organização e, principalmente, com
seus objetivos estratégicos de sorte a estar à frente do seu tempo, pensar a
Organização num momento futuro e como você poderá servir-lhe naquilo que é o
seu cerne, seu “core business”, que é: disponibilizar, na medida certa e no
tempo certo, profissionais capacitados, qualificados, motivados e engajados nos
planos de ação para atingimento dos objetivos e metas estratégicas, balizados
pela visão, missão, e valores da
Organização.
Ser um “RH Estratégico” significa, também,
conhecer em detalhes, como a palma de sua mão, o perfil do seu quadro de
colaboradores atuais, suas virtudes, seus defeitos, suas potencialidades, suas
restrições, suas demandas, seus anseios e suas expectativas quanto a um futuro
melhor dentro da Organização e traçar planos para atendê-los, sabendo que
colaboradores centrados, motivados, felizes e satisfeitos produzem mais e
melhor.
É a busca
permanente pela produtividade em toda sua plenitude.
Ser um “RH Estratégico” implica, ainda, em
formatar, formalizar, obter aprovação (nem sempre fácil), implantar e
operacionalizar as Políticas de Gestão de Pessoas e os procedimentos
operacionais daí derivados adotados pela Organização nos processos de gestão de
seu quadro de pessoal, visando dota-la de um conjunto de instrumentos eficazes
de atração, motivação e retenção de talentos.
Estamos nos referindo, dentre outros, de
políticas e procedimentos formais de recrutamento, seleção, contratação,
integração, avaliação, promoção, capacitação, movimentação, remuneração,
reconhecimento, recompensa e desligamento de pessoas, de forma a que estes
assuntos não sejam movidos por decisões tempestivas, casuísticas e pessoais de
quem quer que seja e cada vez que ocorrerem lançarem questionamentos sobre o
seu papel na Organização.
Ser um “RH Estratégico” é mapear, analisar,
avaliar alternativas, elaborar, propor à Organização e executar Planos de
Carreira e de Sucessão, a fim de evitar crises, às vezes com sensíveis danos à
estrutura, à imagem e aos negócios, em casos de perdas abruptas de pessoas
ocupantes de cargos-chaves, qualquer que seja o motivo pelo qual isto venha a
ocorrer.
Ser um “RH Estratégico” é dotar a Organização
de mecanismos que promovam não só a obtenção de informações e sua transformação
em conhecimento, mas, principalmente, sua eficaz multiplicação por meio de
instrumentos de compartilhamento, a fim de eliminar as dependências pessoais e
os riscos que isto traz à Organização.
Ser um “RH Estratégico” é, por fim, construir
e se utilizar de um conjunto de Indicadores de Gestão de Pessoas que lhe dê
informações históricas e lhe permita identificar, diagnosticar e analisar
tendências e propor a Organização ações que minimizem os efeitos ou mesmo que
evitem a ocorrência de situações negativas em relação ao quadro de pessoal que se
avizinham e que, pela análise dos indicadores, possam ser evitadas ou
administradas com razoável margem de sucesso.
Ei, RH, você ainda quer ser estratégico? Sim? Então, mãos, mentes e coração à obra e sucesso!
Sérgio Lopes
Publicação original em 05/04/2011.
Revisado em 07/01/2018.