Sim,
estamos em crise.
Uma crise que não pedimos, não encomendamos, não fomos nós
que criamos, mas, estamos no “olho do furacão” e só temos uma saída.
Transforma-la num curso
intensivo de sobrevivência na selva, no mar, no ar, na terra, nas empresas, em
casa, enfim, em todos os lugares em que há seres humanos e tirar o melhor
aprendizado possível.
Mas,
perguntarão alguns, o que poderemos aprender neste “curso intensivo de
sobrevivência”? Eu lhes responderei que,
no mínimo, aprenderemos que, apesar de toda tecnologia, toda ciência, todo
inteligência artificial, todas as máquinas que colocamos a nosso serviço e
muitas delas para fazer o que antes fazíamos, ainda não inventaram nada melhor
que o SER HUMANO para cuidar de outro SER HUMANO.
Máquinas
são fundamentais para o tratamento e cura dos doentes, mas, está sendo provado
que elas só funcionam se houver seres humanos preparados, capacitados,
engajados e disponíveis para instala-las, liga-las, monitora-las, desliga-las,
enfim, para fazer das máquinas um verdadeiro instrumento de cura.
Este,
para mim, é o maior dos aprendizados: após a crise os seres humanos,
profissionais por excelência, deverão ser tratados de forma diferente nas
empresas, deverão ser vistos e entendidos como o recurso essencial para fazer com
que a engrenagem organizacional funcione de forma eficiente e eficaz, atingindo
seus objetivos e metas e gerando a riqueza necessária para a recuperação
empresarial.
Esta
novo modelo de tratamento às pessoas, exigirá, sem dúvida nenhuma, nova postura
e posicionamento das áreas de RH das empresas em relação à gestão das pessoas,
talvez, quem sabe, veremos o início do verdadeiro RH HUMANIZADO, um RH “mais
gente e menos máquina”.
Todos
nós já sabemos as consequências desta crise mundial: colapso no sistema de
comercio mundial, falências ou fechamentos de empresas de todos os portes ao
redor do mundo, redução do nível da atividade econômica mundial, corte de
milhões de empregos, quedas vertiginosas do Produto Interno Bruto de,
praticamente, todos os países, cancelamentos de grandes projetos de
investimentos nos países mais afetados pela crise, enfim, os reflexos se
espalharam e impactaram diretamente no mercado, no conhecimento e na
rentabilidade das Organizações.
Especificamente
no campo da gestão de pessoas, vimos, ainda estamos vendo e possivelmente,
ainda veremos por algum tempo: demissões em massa, cancelamentos de novas
contratações, cortes nos programas de capacitação e desenvolvimento, férias
coletivas fora de hora, negociações de emergência com Sindicatos, reduções e
revisões significativas nas metas dos PLR’s vigentes.
Estamos
sendo obrigados a aprender a “toque de caixa” a trabalhar na modalidade “Home
Office”, algo que até alguns dias atrás soava como nome de filme de ficção
científica para muita gente que agora está em casa produzindo ou comandando um
contingente de colaboradores espalhados pelos mais variados cantos da cidade.
Instabilidade,
dúvidas e medo predominam na maioria das mensagens trocadas nas redes sociais e
ninguém pode negar que esta crise está causando impacto na identificação das
pessoas com a Organização, na motivação para o trabalho, no comprometimento com
a execução das tarefas e na segurança quanto à manutenção do emprego.
“O
que será amanhã? Como vai ser meu destino? Responda quem puder”, canta a Simone
em seu famoso samba “O amanhã”.
E
quais serão então os novos desafios da gestão de pessoas? Em minha opinião,
serão, não necessariamente na ordem em que serão apresentados, os seguintes:
1.
Entender definitivamente que o principal recurso de uma Organização são as
pessoas, que formam o tal “capital humano” e que fazem com que as coisas
aconteçam,
2.
Evoluir do conceito “recurso descartável” para o conceito “gente”,
3. Introduzir mecanismos de proteção e respeito pelo Ser
Humano nas Organizações,
4.
Promover capacitações em larga escala para uso de ferramentas e recursos de
hardware e software que estão disponíveis na web e são gratuitos ou de baixo
custo e que estão se mostrando fundamentais como integradores e facilitadores
do trabalho remoto e da comunicação à distância,
5.
Insistir junto às lideranças que pratiquem intensivamente a delegação, a fim de
que uma maior quantidade possível de colaboradores se tornem autossuficientes
na execução de suas tarefas, característica facilitadora de trabalhos remotos,
6.
Incentivar a prática da gestão do conhecimento a fim de disseminar de forma
estruturada e disciplinada o conhecimento adquirido e multiplicar as
competências, habilidades e atitudes dos profissionais da Organização, e
7.
Abrir, manter e incentivar o uso de um canal de comunicação corporativa de mão
dupla, de tal sorte que todos os membros da comunidade organizacional tenham
acesso às informações e possam, também, por meio deste canal, exporem suas
ideias, dúvidas e opiniões.
E
quais serão os instrumentos de gestão de pessoas que o novo RH deverá se valer
para implementar tais projetos?
Entendo
que serão os relacionados abaixo:
· Programas de
qualidade de vida por meio de ações educativas, culturais, assistenciais e de
defesa do meio ambiente,
· Política e sistema de
remuneração e benefícios atraentes,
· Plano de Cargos,
Salários e Carreiras,
· Programas de
comunicação interna,
· Código de ética (ou
de conduta) para toda Organização e seus fornecedores,
· Incentivos ao
compartilhamento do conhecimento,
·
Programas de
capacitação e qualificação,
· Desenvolver uma
cultura interna compatível com a visão estratégica adotada pela Organização, e
·
Integração dos
colaboradores às estratégias da Organização.
Estamos
vivendo no limiar de uma nova era nas relações “capital x trabalho”, só não
sabemos ainda quando esta nova era se iniciará efetivamente, mas, devemos todos
nos preparar, em particular, as áreas de RH das empresas, pois como já cantava
Elis Regina: “... Sei que nada será como antes amanhã ...” (Milton
Nascimento e Ronaldo Bastos)
Se você está pensando em transformar
seu Departamento Pessoal em Recursos Humanos estratégico ou já possui uma área
de RH que ainda não encontrou seu foco e por isso não atua estrategicamente,
fale conosco, poderemos ajuda-lo nesta missão transformadora.