sábado, 18 de abril de 2020

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DE CONSULTORES E SERVIÇOS DE CONSULTORIA (1)


Não tenho dúvida de que ser Consultor tem suas vantagens, como por exemplo:

Liberdade de horário, o que significa que o Consultor pode trabalhar em horários flexíveis, podendo mesclar seus compromissos profissionais com atividades pessoais e/ou familiares, sem se preocupar com a rigidez do horário de trabalho peculiar de uma empresa.

Liberdade de opinião, o que significa que o Consultor pode (e em alguns casos, deve) opinar sobre os assuntos que envolvem sua área de atuação e que, mais precisamente, pertencem ao universo do escopo para o qual foi contratado, mas, evidentemente, sempre com moderação, ética, sigilo e respeito pelos demais profissionais com os quais está convivendo.

Possibilidade de frequentar diversos ambientes e se relacionar com diferentes pessoas em curtos espaços de tempo, transitando de uma empresa para outra (quando possível, em função de seus clientes), evitando, com isso, cair na rotina e na mesmice da repetitividade.

Possibilidade de ampliar seus conhecimentos profissionais, culturais e educacionais devido aos desafios dos projetos que assume, obrigando-se a estar permanentemente atualizado dentro de sua área de atuação.

Ressalto que as vantagens acima são fruto de opinião pessoal, de sorte que outros profissionais consultores poderão oferecer outras vantagens, visto que neste caso prevalece a visão pessoal do respondente.

Acredito que a consultoria é importante para o crescimento das Organizações; pois, o Consultor leva para a Organização uma visão diferenciada e não viciada, ou seja, ao chegar numa Organização para realizar um projeto, por mais curto ou simples que ele seja, o Consultor sempre oferecerá uma opinião, uma visão, uma sugestão para a solução de um problema diferente daquilo que a empresa já discutiu ou mesmo decidiu.

Outra importância é que o Consultor, quando bem utilizado pela empresa, pode servir de contraponto ao modelo de gestão que a empresa está praticando, oferecendo sugestões de melhorias em processos e em modelos de análise de problemas e tomadas de decisão, isto por que como elemento externo o Consultor não está “contaminado” pela cultura organizacional nem pelo clima interno reinante na empresa.

Mesmo assim, algumas organizações são resistentes em contratar um serviço de consultoria por
que não acreditam que uma visão externa aliada a um conhecimento diferenciado possa ajuda-las a solucionar seus problemas, sejam eles, de gestão, técnicos, administrativos, comerciais, financeiros ou operacionais, por exemplo.

Algumas empresas preferem buscar soluções internas, na base da “tentativa e erro” do que contratarem consultorias especializadas no assunto, por acharem que suas soluções caseiras são mais baratas do que o valor cobrado por uma consultoria, o que nem sempre é verdade.  A questão é que os “custos das soluções internas” nem sempre são contabilizados, daí a impressão errônea de que “fazer em casa” é mais barato do que contratar um Consultor.

Outras empresas, infelizmente, resistem em contratar serviços de consultoria devido a terem vivenciado experiências negativas no passado com consultores “amadores” que não atingiram os objetivos do processo e com isso deixaram uma imagem negativa nas empresas.

Entendemos que são cinco as principais competências necessárias para que o consultor desempenhe com sucesso seu trabalho.

·      Visão sistêmica, que significa enxergar e compreender o funcionamento da empresa cliente como um todo;
·      Capacidade de trabalhar sob pressão, por que seus prazos são sempre menores do que os prazos ideais e o cliente cobra resultados continuamente;
·      Ética, que é a capacidade de se manter isento e transparente no trato dos assuntos internos dos clientes e, principalmente, manter em sigilo das informações a que tem acesso nos clientes;
·    Equilíbrio emocional, que significa que ele deve entender que trabalha para uma empresa que pode ou não aceitar suas sugestões, recomendações ou soluções e que, exatamente por isso, não deve se comportar como “dono da verdade”, perdendo o equilíbrio mental quando suas propostas são questionadas, criticadas ou não aceitas pelo cliente. Equilíbrio é fundamental na prestação de serviços personalizados.
·      Senso de urgência, que é a capacidade de estabelecer prioridade para as suas ações, levando em conta os impactos e a relevância de suas tarefas para o cliente, o que significa, que o Consultor deve sempre trabalhar num ritmo que atenda os prazos contratuais e as expectativas do cliente que o contratou.
Por fim, apresento a seguir alguns cuidados principais que o consultor deve ter para assegurar a perspicácia da consultoria.

·  Ser cauteloso em suas opiniões e ações, não se adiantando aos fatos nem às suas consequências, manter-se atento em tudo que acontece no cliente.

·    Ver e ouvir muito e falar pouco, porém, mantendo-se “ligado” ao que acontece no ambiente da empresa cliente e em seu entorno (ambiente externo) para, sempre que possível, agregar novos fatos e novas informações ao seu trabalho, mostrando para o cliente sua sagacidade em servi-lo.

·      Não querer impor uma imagem do “eu sei tudo” e passar o tempo emitindo opinião em tudo que é assunto, mesmo naqueles fora do escopo de seu contrato.

Em síntese, no exercício da Consultoria, ser prudente e parcimonioso são boas características de um Consultor perspicaz.

Se você está pensando em contratar uma Consultoria em Gestão e/ou em Recursos Humanos, para reorganizar e preparar sua empresa para novos desafios, converse conosco.

(1) - Este artigo é uma adequação das minhas respostas dadas a uma entrevista para fins acadêmicos que concedi em novembro de 2019.


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