Sérgio Lopes (*)
Esta é uma pergunta repetida constantemente por milhares de pessoas.
Ultimamente, são inúmeras as reportagens dos telejornais que apresentam casos e
mais casos de pessoas que, infortunadamente, estão há tempos desempregadas.
Diariamente, muitas saem de suas casas em direção às Agências de
Empregos e voltam, ao final do dia, para seus lares, arrasadas e desiludidas.
Outras passam os dias à frente dos computadores, seja em sua residência, seja
em alguma Lan House, respondendo
anúncios de ofertas específicas ou enviando seus currículos aos muitos sites
com ofertas de empregos ou apenas jogando com a sorte, enviando-o
aleatoriamente para sites que o cadastra para “aproveitamento futuro”, sem
qualquer resposta.
Você conhece alguém que foi chamado depois de alguns dias, semanas ou
meses cadastrado? Eu também não.
E assim passam-se os dias e as perspectivas vão se reduzindo, as
esperanças vão se esvaindo e a fé em Deus começa a estremecer.
-“Meu Deus, o que acontece comigo que não encontro emprego? Meu Deus me
ajude”.
E desta forma, implorando e suplicando a Deus por um novo emprego as
pessoas enveredam pelos tortuosos caminhos das vãs promessas, dos sortilégios,
das adivinhações, dos prognósticos das pedras, da lua, do sol, da runas, da
pirâmide, das cartas e sabe-se mais lá o que.
De alguém ouve um conselho: “Vá de azul, por que azul é a cor da sorte”.
De outro vem uma receita de simpatia que é tiro e queda: “Quando preencher o
formulário, faça-o com os dedos da mão esquerda cruzados” e assim sucedem-se,
dia após dia, os conselhos, as “dicas” e as fórmulas infalíveis, sem que o
objetivo seja alcançado: O novo emprego.
Entretanto, as perguntas-chaves não são formuladas, nem pelos
“conselheiros de plantão”, nem pela própria pessoa que procura um novo
emprego. Para enriquecer esta nossa
afirmação, apresentamos a seguir cinco tipos de perguntas que deveriam ser
feitas por todos aqueles de estão em busca de novas oportunidades de emprego:
1. Para qual cargo estou me candidatando?
2. Quais os cargos alternativos para os quais posso me candidatar?
3. Quais minhas competências
e habilidades que realmente farão a diferença no processo de seleção?
4. Quais competências e habilidades
que deverei desenvolver para que eu melhore minhas chances de conseguir um novo emprego?
5. Quais mudanças estou
disposto a realizar em minha vida para conseguir um novo emprego?
As respostas a estas perguntas contribuem para posicionar a pessoa que
procura um novo emprego em seus reais patamares de potencialidade, conhecimento
e necessidades de melhoria que, quando eliminadas, ampliam suas chances de se
recolocar com mais rapidez e em Organizações que venham a corresponder aos seus
sonhos de desenvolvimento e crescimento profissional.
Lembramos que nos dias atuais é possível encontrarmos órgãos públicos,
entidades privadas, escolas comunitárias e instituições de ensino exercitando
sua responsabilidade social, além de Organizações Sociais sem fins lucrativos,
oferecendo cursos profissionalizantes em diferentes áreas, a preços módicos,
alguns até gratuitos, que auxiliam o desenvolvimento de habilidades e
competências pessoais em diversas áreas, tais como: informática, idiomas,
administração, comércio, contabilidade, construção civil, industrial,
artesanato etc.
Acrescente-se à lista de ofertas de cursos presenciais, os cursos à
distância, oferecidos gratuitamente pelas mais variadas e renomadas Instituições
de Ensino que contribuem para a capacitação e/ou aperfeiçoamento de habilidades
profissionais das pessoas que se matriculam e disciplinadamente assistem as
aulas e completam os cursos, adquirindo novos conhecimentos, conseguindo,
assim, aumentar seus diferenciais em relação àqueles que ainda não despertaram
para a necessidade de se manterem atualizados por meio do aprendizado contínuo.
Entretanto, o que mais observamos são pessoas que se recusam a mudar,
seja de profissão, de ramo, de bairro, de cidade, até mesmo de nível salarial
que possuíam enquanto empregadas, até por que no momento, como desempregadas,
seus salários estão no menor nível possível, ou seja, no nível zero de
remuneração.
Expressões do tipo: “sou jardineiro não faxineiro”, “rebaixar o salário
é sujar a carteira”, “mudar de bairro (ou de cidade), nem pensar, como vou viver
longe dos meus amigos?”, “sou velho (a) demais para aprender uma nova função” e
outras similares são limitantes e impedem seus autores de encontrarem novas
oportunidades de trabalho em menor espaço de tempo e, enquanto isso, permanecem
amargando a “falta de sorte” e pondo a culpa nos outros (são sempre os outros
os culpados pelos nossos infortúnios, não é mesmo?).
O momento exige reflexão e cautela, mas, acima de tudo exige das pessoas
um repensar sobre suas alternativas de trabalho e seu reposicionamento para
ampliá-las e se tornarem mais fortalecidos e competitivos neste feroz e
imprevisível mercado de trabalho.
Abandonar velhas posturas restritivas, aprender coisas novas, aceitar a
MUDANÇA são passos fundamentais para um feliz emprego novo.