Sérgio Lopes (*)
Nestas incursões de final de ano, quando
dedicamos parte do nosso tempo a saudável prática da limpeza e organização dos
arquivos pessoais, estive visitando meus alfarrábios e casualmente encontrei
meus dois primeiros artigos escritos há exatamente trinta anos atrás para
participar do concurso promovido pela então Revista Exame VIP sobre “A
função do executivo”.
Na ocasião, movido pelo desejo de participar
e pelo ímpeto que move o jovem profissional, escrevi duas proposições sobre a função do executivo, as quais com muito
orgulho as reproduzo na íntegra, (inclusive com os erros ortográficos cometidos
na época), chamando a atenção do leitor (a) para a atualidade de seu conteúdo.
Vamos a elas.
A primeira matéria enviada em 03 de janeiro
de 1982 foi a seguinte:
A
função do executivo é preparar sucessores.
Doutriná-los,
incutindo-lhes os princípios básicos de sua filosofia de vida e de trabalho, mostrando-lhes
o caminho do sucesso e também do fracasso.
É
orientá-los, é ensiná-los, até didaticamente, quando necessário.
É
revestir-se de um espírito paternalista ao censura-los, ao critica-los,
apontando-lhes não apenas os erros, mas ajudando-os a descobrir suas causas e
discutindo suas consequências.
É
responsabiliza-los totalmente pelos seus atos, mas, é, igualmente, delegar-lhes
plena autoridade em seus níveis de competência.
É ressaltar
suas virtudes e compreender seus defeitos.
É
trata-los, todos, por igual, fazendo-os entender que eles são iguais entre si.
Não
é escolher, mas, oferecer indistintamente as mesmas oportunidades e ter a
certeza que dentre todos, no mínimo, um sucessor, naturalmente, emergirá.
A segunda matéria enviada em 10 de janeiro de
1982 foi a seguinte:
A
função do executivo é fazer o que meu chefe faz: nada.
Melhor
dizendo, tudo. Tudo o que diz respeito aos princípios básicos de administração:
Planejar, organizar, controlar e dirigir.
Ele
não executa, pois, se assim o fizesse, não seria executivo e sim executor.
E
não é para isto que ele ganha.
Planejando,
organizando, controlando e dirigindo ele está exercendo, em toda sua plenitude,
o que dele se espera.
E o
segredo disto se chama confiança. Sim, confiança em seu superior, em seus pares
e, principalmente, em seus subordinados.
Confiança
de que cada um cumpra eficaz e eficientemente seu papel. Confiança de que as
tarefas serão realizadas e de que as decisões serão tomadas nos níveis que se
fizerem necessárias.
Confiança
de que a honestidade profissional de todos aqueles que o cercam é ponto de
honra e norteia permanentemente suas atitudes, para com seus colegas e para com
a Empresa.
Ele
é executivo porque confia. Esta é a palavra chave. Se o executivo não confiar,
terá que executar.
E
aí, passará a ser um executor.
Observe caro amigo leitor ou leitora, que já
há trinta anos abordávamos como algumas características essenciais da Função
do Executivo: a capacidade de planejamento, organização, direção e
controle (eixos de sustentação da Escola Neoclássica de Administração, cujo
fundador e autor mais ilustre é Peter Drucker); a delegação de tarefas; a
capacidade de inspirar e motivar seus colaboradores e a capacidade de formar
sucessores.
São características que permaneceram e temos
a certeza de que permanecerão por muito e muito tempo como competências
essenciais presentes nos perfis profissionais de Executivos de sucesso.
Você já as incluiu no seu Check list de entrevistas e testes de
seleção de executivos para a sua Organização?
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