sábado, 6 de janeiro de 2018

A ANÁLISE E O BALANCEAMENTO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL COMO FORMA DE MELHORAR A EFICÁCIA DA GESTÃO EMPRESARIAL

Sérgio Lopes (*)

A análise e balanceamento da estrutura organizacional é um instrumento de gestão empresarial que permite conhecer a carga de trabalho de um colaborador e a distribuição da carga de trabalho total de um setor entre os seus colaboradores, de modo que, a partir da carga conhecida, pode-se efetuar estudos e análises que conduzam a uma melhor distribuição desta carga, entre os colaboradores e entre os próprios setores da Organização, objetivando-se obter uma estrutura organizacional otimizada e coerente com seu plano de negócios e que seja, ao mesmo tempo, equilibrada, harmônica e eficaz.

Dentre vários objetivos da análise e balanceamento da estrutura organizacional, podemos destacar:

·  Identificar a existência de ociosidades ou sobrecargas de tarefas pelos colaboradores das diversas áreas organizadas da empresa,

·  Dimensionar o quadro de pessoal de cada área interna conforme a carga de trabalho do mesmo,

·  Distribuir de forma balanceada, entre as áreas da empresa, as tarefas a serem realizadas pelas mesmas, relacionadas aos processos de trabalho com as quais tais áreas estão envolvidas,

·  Subsidiar a elaboração de descrições de cargos e definições das atribuições funcionais dos colaboradores lotados nas diversas áreas internas da empresa.

METODOLOGIA

Para sua consecução aplicamos a seguinte metodologia:

Etapa 1 : Planejamento do Trabalho

  • Nesta etapa são definidos o escopo e a amplitude do trabalho; adequados e ajustados os formulários a serem utilizados nos levantamentos de dados e elaborado o cronograma previsto para consecução das demais etapas do trabalho.
                                                    
Etapa 2 : Levantamento das atividades
  • Etapa na qual são efetuados os levantamentos detalhados de atividades e tarefas realizadas individualmente  por todos os funcionários, inclusive as chefias, segundo suas freqüências, forma de execução, equipamentos utilizados e demais características relevantes.
Etapa 3 : Análise das atividades identificadas

  • Destinada a análise de todos os dados levantados, verificando sua consistência e pertinência ao estudo, cotejando-os contra as atribuições organizacionais, as especificidades dos cargos e com a efetiva utilização dos produtos gerados pelas atividades e tarefas executadas.
Etapa 4 : Avaliação e Recomendações

  • Etapa reservada para avaliar os resultados obtidos, geralmente em conjunto com a Diretoria da Empresa ou com um Comitê por ela designado e desenvolvimento de recomendações para adoção das correções e ajustes necessários para se chegar a um efetivo balanceamento da estrutura organizacional da empresa.
Etapa 5: Implementação das ações aprovadas

  • Etapa na qual se executarão as ações planejadas para se atingir os objetivos delineados inicialmente, com base nos prazos, recursos e prioridades estabelecidas pela Empresa, na fase de Avaliação e Recomendações.

Os principais produtos gerados pela aplicação deste instrumento são:

· Relatório indicativo das prováveis causas das eventuais distorções na distribuição da carga de trabalho, nos tempos de execução das tarefas e na alocação de pessoal,

· (Re) Desenho da Estrutura Organizacional e (re) definição das atribuições organizacionais por setores formalmente organizados, eliminando-se totalmente e em definitivo as chamadas “áreas cinzentas” dentro da empresa, constituídas por aqueles serviços, atividades ou rotinas que ficam à mercê de que alguém as execute de maneira informal e em caráter precário na ausência de uma área formalmente responsável pela sua execução,

· Dimensionamento ótimo do Quadro de Pessoal, distribuído pelos diversos setores da empresa, segundo o balanceamento ideal para a Estrutura Organizacional proposta e consoante a carga de trabalho exigida pelos processos internos, contribuindo significativamente para eliminação dos famosos desequilíbrios na alocação de pessoal que ocorrem quando uma área tem excesso e outra escassez de recursos humanos, acarretando contínuas horas extras em um dado setor sem que alguma ação seja tomada para sua eliminação,

· Informações subsidiárias para a elaboração do Plano de Capacitação e Desenvolvimento de Pessoal, a partir da identificação das atribuições organizacionais atribuídas a profissionais com perfis aquém das exigências para sua plena e correta execução.

Mas, fundamentalmente, os grandes e mais significativos benefícios da análise e do balanceamento da estrutura organizacional residem na possibilidade da empresa ter pleno e total controle do conjunto de atividades e responsabilidades de cada área organizacional e possa, assim, criar métricas que permitam medir e avaliar as performances das áreas, de seus gestores e de seus colaboradores e tomar decisões com base nos resultados auferidos.

Métricas estas, também denominadas de indicadores de gestão, que poderão ser atrelados às metas de desempenho individuais e coletivas definidas para concessão dos bônus anuais, pertencentes ao Plano de Participação nos Resultados da empresa.


Por fim, lembramos que concluída a análise e o balanceamento da estrutura organizacional, com a redistribuição de tarefas e recursos conforme as necessidades de equilíbrio e harmonia entre as áreas formalmente organizadas, o próximo passo é a elaboração do Manual de Organização, cujos componentes básicos são: o Organograma, as atribuições organizacionais das áreas e as definições dos limites de autoridade de cada gestor como forma de estabelecer e fortalecer formalmente o modelo de delegação de autoridade cujo propósito primeiro é dotar a empresa de fluidez e velocidade em seus processos de tomada de decisão num mercado que exige soluções cada vez mais rápidas. 

(*) Mestre e graduado em Administração. Experiência profissional de 50 anos adquirida em empresas de diferentes portes e segmentos econômicos. Possui 38 anos de vivência na área educacional. Nos últimos 32 anos tem atuado ativamente como Consultor Empresarial, Docente em cursos de Graduação e de Pós-Graduação em IES, Instrutor em Cursos de Educação Corporativa, lecionando em diversos Estados do País. Atua, também, como Palestrante e possui diversos artigos publicados, em jornais, revistas e sites da Internet. Participa de projetos de voluntariado junto a Instituições de Ensino Superior e Entidades de Classe.

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