Sérgio Lopes (*)
Já está mais do que provado. Na
vida profissional, assim como no futebol, não basta ser habilidoso, é preciso
ter outras competências para se conseguir o almejado sucesso, que por muita
gente é traduzido por fama e dinheiro.
Tomemos como exemplo o caso de um
jogador de futebol muito hábil com a bola nos pés, capaz de controlá-la a
exaustão executando as famosas “embaixadinhas”, capaz de mantê-la rodopiando em
sua testa por um longo tempo, capaz até mesmo de carregá-la em pequenos e
sucessivos cabeceios correndo por alguns metros no gramado. Grandes habilidades
que nos enchem os olhos e nos leva a aplaudi-lo reconhecendo suas habilidades.
Inatas, possivelmente.
Mas será que estas habilidades
individuais importarão durante o jogo, coletivo em sua essência? Será que seus
colegas de equipe, agirão como nós, espectadores de um show de habilidades e o
aplaudirão com o desprendimento de um fã embevecido pela sua destreza no
controle individual da bola? Será que esta exibição desmedida de habilidades
pessoais contribuirá para a vitória de sua equipe?
Sem dúvida, a resposta é não para
as três perguntas acima. Não se ganha um jogo coletivo com demonstrações de
habilidades individuais. Podemos presenciar isto em jogos de futebol de algumas
equipes, de clubes ou de países, nas quais impera o individualismo em
detrimento do coletivo, onde se trocou o foco da partida pelo foco das câmaras
de televisão, onde o uso permanente do celular, (um aparelho exclusivo e
absolutamente individual) e da “twitagem” durante as vinte e quatro horas do
dia se tornaram mais importante que o convívio, o bate-papo, as caminhadas e as
trocas de informações e o relacionamento pessoal entre seus jogadores.
Desnecessário lembrar como estas situações se refletem nos resultados dos jogos
destas equipes.
A história do nosso futebol nos
dá inúmeros exemplos de que mais do que habilidades individuais, para se vencer
um jogo é necessário comprometimento com o resultado, disposição, vontade de
vencer, objetividade e união, que enfeixamos em uma só palavra: COMPETÊNCIA,
demonstrada pela força do conjunto, bem treinado e bem preparado, formado por
profissionais que pensam e agem em favor do coletivo em detrimento de suas
habilidades pessoais. Esta é, a nosso ver, a alma da verdadeira EQUIPE.
Nas empresas não é diferente.
Somente as habilidades individuais, por mais relevantes que sejam não são
suficientes para o sucesso da empresa. É preciso mais do que isto. É preciso
que as habilidades de cada um se somem sinergicamente e como numa ação
orquestrada se transformem em competências organizacionais que, quando bem
administradas, contribuem profundamente para o sucesso empresarial.
Se as habilidades são inatas, em
sua maioria, o mesmo não se pode dizer das COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS, que,
por sua vez, devem ser desenvolvidas pela empresa, visando obter do seu quadro
os melhores resultados de seu trabalho. Neste sentido, compete a Área de
Recursos Humanos, mapear e identificar as competências organizacionais existentes
na empresa, coteja-las com aquelas fundamentais para o atingimento dos
objetivos e metas estratégicas e planejar ações para desenvolvimento e
aperfeiçoamento daquelas consideradas existentes, porém, em níveis
insatisfatórias frente aos desafios vindouros.
Compete, ainda, a Área de
Recursos Humanos consolidar outras tantas COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS,
promovendo, prioritariamente, o fortalecimento da coesão e da sinergia entre as
pessoas, tornando-as plenamente conscientes que todos são membros de uma só equipe,
com uma só alma, com um só foco, com uma só vontade: A de vencer.
Sem esta sinergia e senso de
EQUIPE, temos uma empresa sem garra, sem disposição, que se arrasta pelos
escaninhos da burocracia, dia após dia, sem sal, sem açúcar, sem tempero, sem gosto,
sem objetivos, sem brilho nos olhos, sem vida sem, enfim, ALMA.
Sérgio Lopes
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