domingo, 14 de março de 2021

DIA INTERNACIONAL DA MULHER: BREVE REFLEXÃO SOBRE A INJUSTIÇA SALARIAL

E lá fomos nós para mais um dia de homenagens às mulheres, em comemoração ao DIA INTERNACIONAL DA MULHER, celebrado no dia 08 de março.

Entra ano, sai ano e praticamente se repetem as entrevistas, os textos, as homenagens (muitíssimo justas e merecidas), os comentários dos e das especialistas em empoderamento feminino. Enfim, neste dia, dedicado às mulheres, foram inúmeras e das mais diversas formas as homenagens que elas receberam na imprensa, nas empresas, nas redes sociais, dos amigos, dos familiares etc.

Homenagens, como eu já escrevi acima, justas e merecidas, sejam em frases, figuras, desenhos, fotos, presentes, flores, textos em prosa e em verso, enfim, nos mais diferentes tipos e modelos.

Infelizmente, todo ano também se repetem os artigos e as estatísticas, célebres que são por reportarem ano após ano a triste sina das mulheres empregadas, aquelas que trabalham com vínculo empregatício, por reportarem em seus textos a situação de inferioridade da mulher em relação aos homens no que diz respeito aos salários recebidos, mesmo quando ocupam o mesmo cargo na empresa.

Neste ano, em particular, me chamou a atenção uma frase contida na reportagem publicada na Revista ADM PRO (*) que é a seguinte: “Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que as mulheres recebem, em média, 20,5% a menos que os homens, mesmo com maior grau de escolaridade”.

Até quando leremos este tipo de informação que, além de retratar uma injustiça profissional e, por que não dizer humana e social, nos mostra o quanto ainda teremos que progredir em nossos modelos de gestão de pessoas para atingirmos um patamar de transparência e igualdade nas relações trabalhistas nas empresas brasileiras, principalmente no quesito “salários”?

Entendo que já poderíamos, há tempos, ter superado esta situação bastando para isso que as empresas que ainda praticam esta triste política de desigualdade salarial, de pagamento pelo sexo do empregado privilegiando o homem em detrimento da mulher, passassem a pagar o salário pelo valor do cargo, não importando quem o ocupe, se é um homem ou uma mulher.

Claro que esta situação já está resolvida em muitas empresas que adotam em seu modelo de gestão de pessoas o Plano de Cargos e Salários (PCS) cuja tabela salarial é definida em função do cargo, suas especificações e posição na estrutura de cargos da empresa e não em função do sexo do ocupante do cargo. Justo e louvável.

Também esta mesma política de igualdade salarial é praticada por um sem número de empresas que mesmo sem adotarem o instrumento do PCS, há muito já praticam a igualdade salarial para seu quadro de pessoal, remunerando o cargo ocupado e não a pessoa em si. Também justo e louvável.

Mas, infelizmente, uma parte das empresas ainda não se deu conta que estamos na terceira década do Século XXI e que as consequências dos pagamentos de salários desiguais entre homens e mulheres, ocupantes do mesmo cargo em sua estrutura, mandarão as contas mais dia menos dia.

Torcemos, desejamos e alimentamos o sonho de, em breve, quem sabe no próximo dia 08 de março, lermos notícias do tipo Pesquisas realizadas recentemente mostram que não há mais diferenças salariais entre homens e mulheres, ocupantes dos mesmos cargos, nas empresas do Brasil”.

Este texto é em homenagem às mulheres empregadas que ainda sofrem com este desequilíbrio salarial, descabido, desnecessário, injusto e, infelizmente, como lemos na reportagem citada, verdadeiro.

(*)- Revista ADM PRO, jan/fev/2021, nº 398, “Contraponto feminino”, pág. 25.

 

Sérgio Lopes

SL/SP/13/03/2021

Um comentário:

  1. É isso ai Sérgio. Uma reflexão bastante coerente e infelizmente ainda necessária. Mas mobilizações contra essa realidade, certamente têm papel fundamental na mudança dessa mentalidade, e pior, prática infame. E cabe a todos nós ecoarmos essa necessidade de mudança, afinal elas sempre fizeram e continuam fazendo sua parte, desbravando e construindo seus próprios contextos profissionais e pessoais.

    Parabéns por mais essa contribuição valiosa para nossas reflexões e que mobilize ações concretas para erradicação desse senário.

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